A experiência da morte e do luto é tão multifacetada quanto a própria vida. Enfrentamos diversas formas de perdas ao longo do caminho – desde términos de relacionamento, despedidas de empregos até a partida de animais de estimação, e o doloroso adeus a entes queridos.
Como Colin Murray Parkes tão eloquentemente expressou, “o luto é o preço do amor”. Na perspectiva psicanalítica, a dor da perda é entendida como uma expressão do vínculo emocional profundo que mantemos com aqueles que amamos. Cada lágrima derramada representa não apenas a saudade, mas também a continuidade do vínculo afetivo com o ente perdido, evidenciando os laços emocionais que persistem além da morte.
Além disso, como Ana Claudia Quintana Arantes ressaltou em seu livro “A Morte é um dia que vale a pena viver”, só existe morte porque antes existiu vida.
A psicanálise nos ensina que a perda não é apenas uma ausência, mas também uma presença persistente na psique do enlutado, que continua a interagir com as memórias e os afetos pelo ente querido ausente.
A forma de lidar com o luto é profundamente pessoal e subjetiva, a psicanalítica enfatiza a importância de permitir a expressão genuína das emoções associadas à perda. Reconhecer e explorar as emoções de tristeza, raiva, culpa e saudade é fundamental para o processo de elaboração do luto, permitindo ao enlutado confrontar e integrar as complexidades de seus sentimentos em um contexto terapêutico.
A psicoterapia fornece um espaço seguro para que o enlutado explore suas emoções e significados associados à perda, facilitando assim o processo de adaptação e reinventar uma forma outra de viver a partir do luto.